Belo Horizonte foi sede da 12º Conferência Estadual de Assistência Social, realizada no Minascentro, entre os dias 09 a 11 de outubro. Esse ano, o encontro busca denunciar os retrocessos em relação à assistência social, garantir os direitos conquistados e fortalecer o Sistema Unificado de Assistência Social (SUAS).  
 
O SUAS, tema central do evento, nasceu após duas décadas de debates e pretende colocar em prática os preceitos da Constituição de 1988, que aborda a assistência à Seguridade Social, juntamente com Saúde e Previdência Social. Assim, as diversas ações e iniciativas de atendimento à população carente deixam o campo do voluntarismo e passam a operar sob a estrutura de uma política pública de Estado, ou seja, um direito do cidadão.
 
sesia

Apesar da própria constituição garantir ao cidadão o direito a assistência social, o SUAS corre o risco de acabar, o que segundo Sandra Regina, diretora do Sintibref-MG e da Fenatibref, ocorreria em função dos cortes feitos pelo governo à assistência social. “Estamos diante de um governo golpista, que quer acabar com o SUAS. Antes, quando realizávamos uma conferência, era natural a obtenção de alguma conquista, hoje estamos lutamos para evitar perdas. O nosso lema é organizar, luta e resistir para que o SUAS não deixe de existir. A classe trabalhadora precisa estar unida e mobilizada para que possamos evitar esse desmonte que o governo quer impor a assistência social”, alerta.
 
Além dos debates e das mesas temáticas, estandes montados pelas entidades apoiadoras ofereceram aos participantes do evento a oportunidade de se aprofundar mais no tema e conhecer de perto a luta de diversas instituições.
 
A pedagoga, Sandra Ferreira Gomes, representante da Estação Digital, em Dores do Indaiá, comentou sobre a efetividade da conferência ao visitar o estande do Sindicato dos Empregados em Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas de Minas Gerais (Sintibref). “O evento me ajudou muito na obtenção de novas informações e mais esclarecimentos sobre o assunto. É fundamental, principalmente para mim que estou começando, ter a oportunidade de trocar experiências e entender as dificuldades de cada um de forma especifica,” relata.  Sandra é voluntaria em um projeto que atende quase cem crianças e teme não conseguir apoio para dar continuidade a iniciativa. “Cuidamos de aproximadamente cem crianças sem nenhum apoio do governo ou qualquer órgão público, somos mantidos pelas ações voluntárias das pessoas. Cheguei aqui com o objetivo de buscar meios para consolidar o projeto na nossa cidade e saio um pouco preocupada com o número de entidades fechando as portas por falta de apoio e recursos financeiros”, afirma.
 
Além da luta pelo o SUAS, o Sintibref, a Nova Central Minas, a Fenatibref e a CONTRATUH, que apoiaram e participaram ativamente da conferência, defenderam bandeiras contra a pejotização, terceirização, trabalho intermitente, o desrespeito à mulher no mundo do trabalho e pela oposição as reformas trabalhistas e da previdência. Para a diretora da Nova Central, Silmonica Rodrigues, a tendência é que a NCST/MG dê um grande passo  como entidade representativa ao aderir com mais ênfase a defesa dos direitos sociais. “A Nova Central vem desde a gestão anterior crescendo como entidade representativa. No que se refere à assistência social, acredito que a entrada do Geraldo na direção da NCST/MG irá agregar muito, em função da experiência e o histórico que ele possui na defesa dos direitos e do acolhimento as famílias dos trabalhadores”, diz.
 
Antes do encerramento do evento, os participantes realizaram um protesto próximo ao Minascentro, em defesa da assistência social e, no final da conferência, elegeram os delegados que irão participar do encontro nacional. 

*Com informações da NCST-MG.