Há quem diga que o certo seria defender a não-violência como um todo, independentemente do gênero. Mas pensar assim significa ignorar as inúmeras situações em que a mulher, exatamente por sua condição de mulher, é vítima de diversas modalidades de violência. Para quem ainda não se convenceu, seguem alguns dados:
• 43% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente; para 35%, a agressão é semanal (Centro de Atendimento à Mulher).
• Em média, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada em nosso país. (Fórum Brasileiro de Segurança Pública).
• Mais de 100 milhões de meninas poderão ser vítimas de casamentos forçados durante a próxima década (UNICEF).
• A necessidade de isolamento social gerada pela pandemia do covid-19 aumentou as denúncias de violência doméstica em cerca de 30%.
• Além da violência física, mulheres enfrentam outras situações de violência em seus locais de trabalho, como o assédio sexual, assédio moral e subestimação. Em vários casos, agressões verbais reduzem a auto-estima e causam danos à saúde, gerando estresse e enfermidades crônicas.
• E há ainda a violência econômica trazida pela desigualdade do mercado de trabalho – calcula-se que somente em 2095 teremos mulheres recebendo os mesmos salários dos homens, para funções semelhantes, no Brasil.
Por tudo isso, fica claro que a violência contra mulheres é uma triste realidade, que interfere na vida, no exercício da cidadania e no desenvolvimento da sociedade em sua diversidade.
Que a data – criada em memória a três irmãs brutalmente assassinadas pela ditadura da República Dominicana em 1960 – traga mais conscientização para os homens e mais respeito para as mulheres em todo o mundo. Faça sua parte. Denuncie situações de violência e converse com homens de seu convívio. Cada ação faz diferença em busca de um mundo sem diferenças.
Em tempo: entre outras iniciativas em defesa da mulher, o Sintibref-MG tem a honra de desenvolver em Minas Gerais o seminário “Viver Mulher”, promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade – CONTRATUH - desde 2007. O evento discute importantes questões do universo feminino, incluindo as diversas formas de violência contra a mulher, em busca de ampliar a conscientização e propor soluções em direção a avanços sociais.