O presidente do Sindicato dos Empregados em Instituições Beneficentes, Religiosas e Organizações Não Governamentais do Rio de Janeiro (SindFilantrópicas), Sérgio do Carmo e a vice-presidenta, Clátia Vieira, foram agredidos e ameaçados pelo administrador do Cemitério do Caju, Washington Jorge da Silva e seus seguranças., durante um protesto organizado pelo sindicato na porta da instituição, na manhã do dia 27/08, para reivindicar o pagamento dos salários atrasados desde julho, a regularização do FGTS e INSS dos empregados, atrasos de férias e as más condições de trabalho.
Segundo Clátia, a confusão teve inicio quando ela disse à Washington, administrador do cemitério, que as situação dos empregados se configurava como trabalho escravo. “Muitos empregados estão sem carteira assinada, outros estão sem receber salários, além de trabalhares sem equipamentos básicos como luvas e botas”, recorda Clátia.
“Depois disso ele passou a apontar o dedo contra meu rosto e me agredir verbalmente, chamando-me de “macaquinha doméstica”. Completamente descontrolado. O Sérgio (presidente) interveio e os seguranças do administrador, dos quais um era irmão dele, acertaram dois chutes no Sérgio”, relatou. Após os desentendimentos os sindicalistas registraram ocorrência na delegacia. O presidente do SindFilantrópicas, Sérgio do Carmo, ainda teve a vida ameaçada pelo administrador e seus seguranças.
Clátia também teme pelos empregados do Cemitério do Caju, que além de não terem os direitos trabalhistas respeitados, são geridos por uma pessoa racista.
A Greve
A greve dos coveiros da Santa Casa de Misericórdia, responsável pela gestão de 13 cemitérios no Rio de Janeiro, foi motivada pelo atraso de 2 meses nos salários, pelos 20 anos sem depósitos no Fundo de Garantia e sem recolher o INSS dos empregados. Segundo Sérgio do Carmo, somente os empregados sem carteira assinada recebem semanalmente.
Matéria realizada pelo jornal O Povo do Rio, apurou que o trabalhador João Luciano Santos, 74 anos, há 27 trabalha no cemitério, afirma ter pago sua passagem durante 8 anos. Ganhou na justiça o direito ao ressarcimento, o que até hoje não ocorreu.
Sérgio do Carmo informa também que 60% dos 800 empregados e empregados nos 13 cemitérios geridos pela Santa Casa de Misericórdia aderiram a greve.
Situações como esta revelam os dificuldades por que passam os representantes dos trabalhadores no exercício da representação, além de reforçar o racismo e a violência, a que estão submetidos muitos trabalhadores no país.