No dia 18 de maio, celebramos o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que tem como objetivo mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos sexuais de crianças e adolescentes.


Segundo o Ministério Público Federal, o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes tem um índice de ocorrências maior do que os da violência sexual contra a mulher.


Na grande maioria dos casos o abusador é alguém muito próximo da vítima e acima de qualquer suspeita: o próprio pai, avô ou o padastro e o pior, muitas vezes têm a conivência das mães.


O abuso e a exploração sexual deixam marcas para a vida toda. Crianças vítimas de abuso sexual, além de severos danos físicos, podem contrair doenças sexualmente transmissíveis e até engravidar.


Mas os danos maiores sempre são na alma: crianças e adolescentes sexualmente abusados passam a ter problemas para relacionar-se de forma saudável com outras pessoas, não desenvolvem adequadamente a autoestima, se tornam retraídos ou agressivos, tendem a ter depressão, se auto-flagelar e até cometer suicídio. Em muitos casos, reproduzindo o que viveram, tornam-se também abusadores sexuais, inclusive de crianças e adolescentes.


ATENÇÃO AOS SINAIS QUE PODEM INDICAR QUE HOUVE ABUSO:


Crianças e adolescentes que sofrem abuso sexual apresentam significativas mudanças de comportamento; descon-e se identificar algum desses sinais:


 Se a criança, que era alegre e afetuosa, se tornar retraída, tristonha, chorosa, irritada ou agressiva;


 Se começar a ter pesadelos ou sono agitado, urinar ou defecar na cama durante o sono (quando não tinha esses comportamentos);


 Se começar a dizer palavrões, fazer gestos obscenos, ter atitudes erotizadas impróprias para sua idade ou demonstrar exagerado interesse pelos órgãos genitais;


 Se houver diminuição brusca do rendimento escolar, significativo aumento ou diminuição do apetite;


 Se mostrar aversão ou medo inexplicáveis em relação a determinadas pessoas ou gênero (homens, geralmente);


 Se recusar-se a ir a lugares aos quais gostava ou deveria gostar de ir.


Também preste atenção aos seguintes sinais físicos:

 Coceira, vermelhidão ou machucados nos órgãos genitais;

 Sujeira incomum nas roupas íntimas da criança.


Caso identifique situações como essas, com amor e sem pressionar a criança, pergunte sobre os acontecimentos do seu dia a dia, dando a ela a oportunidade de contar a você algo que possa ser identificado como abuso. Acredite no que for relatado, faça-a sentir-se protegida e denuncie.

Embora crianças sejam criativas e fantasiem muitas coisas, apenas em 6% dos casos os abusos relatados não são verdadeiros.


OS RISCOS DA INTERNET

Com a generalização do acesso à internet por meio de smartphones e computadores, as pessoas passaram a se comunicar mais facilmente e trocar uma quantidade muito maior de informações. Isso também resultou em maiores perigos: crianças e adolescentes que têm acesso à internet podem ter contato, especialmente pelas redes sociais, com abusadores sem imaginar os riscos que correm...

No mundo virtual, abusadores se passam por pessoas mais jovens e conquistam a con-ança das vítimas. Assim, conseguem convencê-las a se deixar se deixar filmar sem roupas, através de webcams, ou, ainda, obtém seus dados pessoais (endereço, telefone, local que frequenta ou estuda) com a intenção de abordá-las ou marcar encontros que podem ter finais trágicos.


CUIDADOS NAS REDES SOCIAIS

Na Internet, alguns cuidados são essenciais:

1. Não deixe crianças pequenas utilizarem a internet sem sua supervisão. Links aparentemente inocentes podem conter pornográfica, inclusive infanto-juvenil. Se for adolescente, oriente-o(a) sobre os perigos dos “amigos” virtuais e a NUNCA fornecer dados ou informações pessoais, nem se deixar filmar com ou sem roupa.

2. Se você tiver qualquer contato com pornografia envolvendo crianças ou adolescentes na internet, DENUNCIE: produzir, guardar ou compartilhar pornografia infanto-juvenil também é CRIME.

Pense nisso: as imagens e vídeos que são disponibilizados na internet, em algum momento e em algum lugar no mundo (talvez até perto de você), resultaram do abuso real de crianças e adolescentes! Além disso, esse material acaba estimulando mais e mais pessoas a abusarem de crianças e adolescentes, num terrível e odioso círculo vicioso.


Com Informações: Ministério Público Federal