Relatório de Desenvolvimento Humano 2014 destaca avanços do Brasil no combate à pobreza e na redução de desigualdades


Brasília, 24 – O Relatório do Desenvolvimento Humano (RDH) 2014 – Sustentar o Progresso Humano: Reduzir as Vulnerabilidades e Reforçar a Resiliência, divulgado hoje (24) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), destaca os avanços do país na redução das desigualdades e reconhece o esforço do Brasil em construir políticas públicas relacionadas à superação da pobreza, à valorização do salário mínimo e à redução da informalidade no mercado de trabalho.

“O Brasil é um dos países mais citados no Relatório de Desenvolvimento Humano do Pnud, por um conjunto de políticas, como um exemplo no combate à pobreza e na redução da desigualdade.”, afirmou a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, durante coletiva de imprensa.

Ela lembrou que o RDH destaca também outras ações do país, como a realização de políticas anticíclicas em resposta à crise financeira de 2008, como a valorização do salário mínimo; o aumento da taxa de emprego, juntamente com a redução da informalidade; a combinação virtuosa de políticas públicas de curto e longo prazo por meio de transferências condicionadas do programa Bolsa Família; o desenho institucional que maximiza os resultados do programa; o aumento do consumo dos mais pobres; a adoção de políticas de ação afirmativa; e a ação coletiva e engajamento político no nível local.

O relatório mostra crescimento contínuo do Brasil em todos os indicadores analisados. Desde 1980, o IDH do Brasil teve aumento de 36,4% (aumento médio anual de cerca de 0,95%). O país também é destacado como de Categoria 1 entre aqueles que reduziram a informalidade no emprego e aumentaram as taxas de emprego formal.

“Fazemos ponderações, entretanto, sobre alguns dados apresentados no relatório, pois temos dados mais atualizados disponíveis”, destacou Tereza Campello. Segundo ela, o RDH 2014 ainda não reflete a realidade sobre esperança de vida ao nascer e escolaridade, por exemplo. Se fossem considerados esses dados, já disponíveis no Brasil, o país alcançaria um IDH de 0,764 (e não 0,744). O relatório, por exemplo, mostra dados estagnados sobre escolaridade, tanto na expectativa de anos de estudo, como na média de anos de estudo da população. Mas essa aparente paralisia reflete, apenas, desatualização dos dados usados pelo Pnud.

“O Brasil é um dos países que mais avançou na redução das desigualdades, principalmente na renda dos extremamente pobres, mas nós precisamos continuar trabalhando para reduzir as desigualdades no país”, disse a ministra. O IDH do Brasil ajustado à desigualdade (IDH-AD) ficou em 0,542 em 2013, com uma perda de 27% em relação ao IDH.

Esta perda vem caindo ao longo dos últimos anos: era de 29,6% em 2006, 27,7% em 2009 e 27,2% em 2011. “O ritmo de redução da desigualdade brasileira, principalmente em relação à população mais pobre, é muito grande”, lembrou a ministra.

“O avanço é mais claro quando se analisa a trajetória do índice de Gini. Ele vem caindo de maneira contínua, passando de 0,553 em 2001 para 0,500 em 2012.” O resultado é reflexo do crescimento da renda mais acentuado entre os mais pobres. “Apenas entre 2011 e 2012, a renda dos 5% mais pobres cresceu 20,1%, ante 9,4% de crescimento entre os 5% mais ricos”, informou Tereza Campello.

Outro indicador importante contido no RDH 2014 é o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), que apresenta a situação da população em relação à privação de acesso a serviços públicos essenciais. O IPM do Brasil é de apenas 0,012, indicando que apenas 0,5% dos brasileiros se encontram em situação de pobreza severa.

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