O Boletim da Mulher no Mercado de Trabalho,  produzido pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), trouxe notícias boas e ruins para o cenário profissional feminino. O percentual de mulheres empregadas no Distrito Federal aumentou entre 2020 e 2021, mas o ganho por hora ficou 16% menor. Apesar de os dados se referirem à capital federal, estima-se que reflitam de forma aproximada a situação nacional.

Segundo o levantamento, a participação feminina no mercado de trabalho subiu de 56,7%, no último semestre de 2020, para 58,8%, em 2021. O índice também aumentou para os homens, passando de 71,7% para 73,2%. Segundo analistas, os aumentos são resultado do avanço da vacinação e da retomada da normalidade econômica. Com isso, o desemprego entre mulheres do DF caiu de 20,7% para 19,4%.

Apesar de haver mais mulheres trabalhando, elas ainda convivem com desvantagens históricas em relação aos homens. Um exemplo é a diferença entre as remunerações, que aumentou. No segundo semestre do ano passado, as mulheres do DF receberam 79,8% dos ganhos por hora dos homens. Essa taxa era de 82,2% no primeiro semestre de 2021.

Queda no rendimento é maior entre mulheres

Segundo a pesquisa, todos os trabalhadores tiveram diminuição em seus rendimentos em 2021, mas a queda foi mais acentuada entre as mulheres. Enquanto eles tiveram uma redução de 6,6% (média salarial de R$ 4,3 mil por mês, contra R$ 4.604 em 2020), elas perderam 13,7%, com a média salarial caindo de R$ 3.783 para R$ 3.264. O levantamento também apontou que as mulheres passaram a trabalhar em média 39 horas semanais em 2021, contra 38 em 2020. Para os homens, não houve alteração (41 horas por semana).