Não é novidade que as mulheres são a maioria em nossa categoria. A predominância feminina é amplamente percebida nas assembleias, nas visitas às instituições e nas nossas redes sociais.
A presença da mulher em áreas que envolvem caridade, filantropia e voluntariado é constatada desde o século XIX. Em 1893, a condessa inglesa Angela Burdett-Coutts afirmou que a tendência filantrópica das mulheres tinha relação com o fato de ser “um trabalho feito com o coração e com a mente, sempre a perseguir seus objetivos com coragem e tato”.
Segundo a pesquisadora Ana Paula Vosne Martins, “as mulheres não só eram consideradas naturalmente mais talhadas para fazer o bem e prestar cuidados aos necessitados, (...) não faziam parte do mundo do trabalho nem dos assuntos públicos de maior envergadura, como os negócios, as finanças e a política formal.”
De lá para cá, o que mudou?
Houve avanços em direção à igualdade de gênero, como o direito a voto e a presença no mercado de trabalho. Atualmente, as mulheres também ocupam posições de destaque na sociedade.
Em relação ao terceiro setor, em 2014, 65,7% dos trabalhadores em ONGs eram mulheres, segundo pesquisa da Associação Brasileira das ONGs (Abong). A participação das mulheres em cargos de direção nas instituições era de 48,5%. Em 1994, 20 anos antes da pesquisa, o percentual era de 33%.
Dados mais recentes confirmam a maior participação da mulher. De acordo com o Brasil Giving 2020, “as mulheres mostram-se particularmente mais inclinadas a fazer trabalho voluntário”. E segundo relatório da ONU Mulheres em 2021, as mulheres constituem 70% das pessoas que trabalham no setor Social e de Saúde.
O outro lado dessa moeda é que no setor social/beneficente, carente de recursos, a mulher continua a receber menores remunerações.
A grande força trabalhadora
As mulheres são a grande força trabalhadora na prestação de serviços sociais, beneficentes e ligados a entidades religiosas. Sem a força e a competência femininas, as instituições não realizariam seus atendimentos.
Ainda há um caminho a ser percorrido na ampliação da presença da mulher em cargos de liderança. A valorização da mulher na sociedade avançará com representatividade, luta, conscientização e amplo debate público.
A todas as mulheres da categoria, nosso desejo de um futuro repleto de oportunidades, reconhecimento, protagonismo e valorização.