Do ponto de vista financeiro, podemos falar que, se você gasta muito dinheiro no presente, poderá ter problemas no futuro. De forma contrária, se você gasta menos dinheiro hoje, pode ter mais amanhã.
Podemos pensar nisso como uma escolha no tempo, daí o nome TROCA INTERTEMPORAL: os efeitos das escolhas que fazemos no presente sobre nossas vidas no futuro.
Veja o exemplo a seguir:
Você deseja comprar um produto de informática no valor de R$ 1.000 e você possui apenas R$ 600, ou seja, faltam R$ 400 para comprá-lo.
Você constata que consegue poupar R$ 100 por mês. Assim, levaria 4 meses para ter o dinheiro suficiente para adquirir o produto.
Mas se você quiser comprar o produto imediatamente, há soluções. Você pode buscar dinheiro em outras fontes ou tomar um empréstimo. Só que a antecipação de consumo traz consigo um custo chamado “pagamento de juros” sobre o valor emprestado: você terá de pagar prestações de valor maior do que R$ 100 por mês ou pagar um número maior de prestações de R$ 100.
Outra situação: você deseja comprar o mesmo produto de R$ 1.000,00 e verifica que possui toda essa quantia.
Nessa hipótese, você tem duas opções: comprar o produto hoje, gastando tudo que tem, ou deixar para fazê-lo daqui a quatro meses.
Se você escolhe comprar daqui a 4 meses, você pode colocar seu dinheiro na poupança ou em outro investimento e receber um prêmio por ter adiado o consumo. Ou seja, você poderá ser recompensado ao realizar uma troca intertemporal. Daqui a 4 meses, você poderá comprar o produto e ainda lhe sobrará uma quantia. Nesse caso, a postergação do consumo gera recebimento de rendimentos.
Perceba que possuímos, basicamente, duas opções ao lidar com o consumo: usufruir agora e pagar depois, assumindo uma posição devedora, ou seja, pagando juros; ou pagar agora e usufruir depois e assumir uma posição credora, recebendo juros.
Não existe uma escolha correta ou errada. O importante é verificar se a antecipação ou postergação do consumo será mais ou menos vantajosa, prestando atenção aos juros que pagaremos ou aos rendimentos que poderemos receber em cada caso.
No próximo post, vamos falar da RELAÇÃO ENTRE NECESSIDADE E DESEJO. Continue acompanhando!
Fonte: Banco Central do Brasil