Os conflitos socioambientais e fundiários no Brasil, especialmente no norte de Minas Gerais, têm impactado diretamente a vida de muitas comunidades tradicionais, como quilombolas, vazanteiros e pescadores artesanais. Essas populações vivem em territórios ocupados há gerações, mas enfrentam a ameaça crescente de grandes empreendimentos, como fazendas solares, empresas de fruticultura irrigada e agropecuária, que pressionam essas comunidades a saírem de suas terras.

Essa situação gera o que os próprios moradores chamam de “encurralamento” — um processo de expropriação, onde eles perdem o acesso a áreas essenciais para a sua subsistência e preservação de sua cultura. A luta por regularização fundiária e pela garantia de direitos territoriais é, portanto, uma questão urgente e de grande importância para essas populações, que resistem para continuar em suas terras e manter suas tradições vivas.

Esse tema foi debatido no simpósio "Territórios em Movimento, Conflitos Socioambientais e Regularização Fundiária", promovido pelo NIISA/UNIMONTES e outras instituições. O evento contou com a participação da regional do Sintibref-MG em Montes Claros, representada por Paulo Faccion, destacando a importância da união de movimentos sociais e pesquisadores para garantir os direitos das comunidades tradicionais.

Essa discussão vai além das questões ambientais, envolvendo também justiça social e a preservação das culturas tradicionais. As comunidades tradicionais do norte de Minas, como quilombolas e pescadores artesanais, têm modos de vida profundamente ligados ao ambiente em que vivem. Proteger esses territórios é também preservar a biodiversidade e formas sustentáveis de convivência com a natureza.

A compreensão dos conflitos socioambientais e fundiários, e a luta pela regularização dessas terras, são essenciais para garantir um futuro mais justo e sustentável, onde o desenvolvimento respeite a história e os direitos dessas populações.